Como podem os CIO adaptar as suas estratégias para ultrapassarem a próxima grande disrupção empresarial?
É crucial planear a gestão de mudanças, e mesmo de crises, tentando harmonizar da melhor forma os processos, as tecnologias e as pessoas
A economia global tem vindo a sofrer uma transformação digital que foi grandemente acelerada pelos avanços tecnológicos e pela pandemia. No entanto, as atuais forças sociais, políticas e tecnológicas continuarão a ter impacto nas organizações, mas agora de formas muitas vezes imprevisíveis. A questão essencial, quando se trata da continuidade de negócio, é saber como irão os líderes executivos e de TI adaptar as suas estratégias às arquiteturas organizacionais e tecnológicas, gestão de risco, retenção de talentos e gestão de dados, a fim de reagir a esta volatilidade.
Se a pandemia ensinou alguma coisa aos chief information officers (CIO), é que muitos dos seus planos de continuidade de negócio não eram tão robustos como pensavam. O feedback destes profissionais, em diversos fóruns globais, como o Logicalis CIO Summit e o MIT Sloan CIO Symposium, revelam quais são os temas que consideram essenciais para assegurar melhores níveis de solidez e resiliência organizacional futura.
Sabemos agora que os novos planos de continuidade de negócio, para além de se centrarem na agilidade e na flexibilidade, devem também posicionar as organizações como locais sustentáveis onde as pessoas queiram trabalhar.
Manter a proatividade do IT
É sabido que ninguém tinha guidelines sobre a forma de navegar através das dificuldades impostas pela pandemia. Contudo, é fundamental para qualquer organização utilizar as lições aprendidas e focar-se na proatividade, em vez da reação.
O consumo de serviços e produtos digitais atingiu níveis nunca vistos e, como tal, torna-se imprescindível monitorizar e medir desempenhos, não apenas de sistemas críticos para a organização, mas também da experiência do utilizador. Todo este fluxo deveria ser alimentado por processos orientados por dados que permitam a melhoria contínua do ecossistema digital das empresas, aumentando o valor do negócio e a otimização de custos.
Continuar a planear cenários hipotéticos e abraçar a gestão da mudança
O momento de repensar os planos de continuidade de negócio e preparar o futuro é agora, pois a segurança e a conformidade são tarefas contínuas, que ajudarão a responder a qualquer eventualidade de forma mais adequada.
Continua a ser da maior importância que os líderes empresariais, em conjunto com os CIO, pensem profundamente sobre o futuro e equacionem, de forma sistemática, cenários alternativos. É impossível prever todos os cenários, mas é crucial planear a gestão de mudanças e mesmo de crises, tentando harmonizar, da melhor forma, os processos, as tecnologias e as pessoas.
Os CIO devem também trazer clareza, diversidade de pensamento e experiência aos boards e decisores executivos, liderando não apenas os ciclos tecnológicos das suas organizações, mas tendo também um papel cada vez mais ativo no negócio.
Não desacelerar o processo de transformação
Com tantas empresas a ter de acelerar iniciativas digitais para sobreviver à pandemia, é necessário assegurar a continuidade desta transformação, também como meio de navegar futuros períodos de incerteza.
Quando as organizações e as suas equipas de TI estão capacitadas para a transformação, as incertezas poderão tornar-se oportunidades, pela rápida capacidade de adaptação, resposta e potencial provisão das experiências de que o mercado necessita.
Reinventar o local de trabalho para que seja centrado nas pessoas
A experiência pandémica normalizou o trabalho remoto em todo o mundo. Esta normalização quebrou pressupostos fundamentais sobre o porquê de trabalharmos da forma como trabalhamos e desencadeou uma nova revolução que nos leva a uma era de trabalho híbrido.
Reinventar com sucesso o local de trabalho, para ser mais centrado na experiência dos colaboradores, impulsiona o nível de satisfação da força de trabalho e os próprios resultados empresariais.
Para que esta mudança de paradigma do local de trabalho possa ocorrer há que elevar algumas prioridades de liderança ao nível do mindset executivo, da gestão do talento e mesmo ao nível dos recursos digitais. Neste sentido, novas questões devem agora povoar as agendas dos líderes empresariais, tais como: qual a nossa proposta de valor para o colaborador? Dispomos de recursos e soluções digitais que nos permitam assegurar uma workforce híbrida segura, produtiva e comprometida? A nossa cultura empresarial sabe atrair, reter e motivar talentos nesta era híbrida? Sem recursos na área de TI, a transformação digital e a prontidão para enfrentar eventuais incógnitas de mercado é dificultada. Por isso as organizações devem focar-se em formas criativas para atrair, envolver e reter talento, proporcionando locais de trabalho onde as pessoas se revejam, pertençam e possam crescer. Negócios resilientes sabem exatamente onde estão os seus assets críticos (e essa criticidade, no caso das TI, passa cada vez mais pelo talento).
Automatizar sempre que possível
A automatização e a inteligência artificial ajudam as organizações a eliminar redundâncias, a libertar os seus recursos para trabalhos de maior valor, dotando-se de outra capacidade de escala.
Durante a pandemia, assistimos a inúmeras empresas que apenas conseguiram ultrapassar as perturbações de mercado precisamente porque melhoraram os seus processos e experiências através da utilização de bots, automação, etc. Muitos CIO consideram o uso destas ferramentas estratégicas para melhor preparar as suas organizações para lidar com o desconhecido e a disrupção e afirmam que agora é o momento ideal para reimaginarem futuro e darem os passos certos para concretizar essa visão. A automação dos processos e das experiências do consumidor liberta espaço para a inovação, e quando isso acontece torna-se mais simples a adaptação a eventuais alterações de contexto empresarial.
Embora os CIO e as próprias organizações tenham passado por diversas dificuldades durante o período de pandemia, muitas foram, e continuam a ser, as aprendizagens. Em tempos onde a incerteza é a nova norma, o aprendizado e a respetiva aplicação necessita de ser constante. É impreterível saber onde residem os maiores assets das organizações e como se pode criar resiliência em torno destes valores para manter os negócios a funcionar.
Trabalhar com um parceiro tecnológico conhecedor pode simplificar e racionalizar estes processos de transformação. As organizações podem concentrar-se nas suas operações core, enquanto o parceiro tecnológico facilita a jornada, fornecendo competências técnicas e recursos para um sucesso contínuo. Para mais informações sobre a forma como a Logicalis poderá ajudar a sua empresa a aproveitar os benefícios da verdadeira transformação digital fale connosco: comercial@pt.logicalis.com ou aceda ao nosso site em www.pt.logicalis.com.
Neuza Alcobio,
marketing & communications
director, Logicalis Portugal