Quer transformar a sua carreira? A chave pode estar na formação
O mundo dos MBA e das pós-graduações também não escapou à pandemia que assolou a sociedade. As transformações foram inevitáveis e o processo de digitalização das business schools e dos cursos acelerou-se. Surgiram novas oportunidades para quem aposta na formação
Q uem está ligado ao universo empresarial já não estranha termos MBA (Master Business Administration) ou pós-graduações cada vez mais integrados na formação de muitos executivos que lideram empresas no cenário nacional. A importância deste tipo de formação executiva está também patente não só do lado da procura, mas também na oferta que as business schools têm disponibilizado ao mercado, com programas customizados, mistos (presencial e online) e flexíveis, à medida das necessidades de quem já tem uma vida profissional ativa mas quer continuar a reforçar competências com este tipo de formação.
Vistos pelo mercado de trabalho como um fator de diferenciação significativo, os programas de MBA e as pós-graduações reúnem um conjunto de atrativos que motivam quem quer dar um boost na sua carreira profissional ao enveredar por um destes tipos de formação executiva. E a procura acaba por ser de origens muito diferenciadas, uma vez que já não são só os gestores e os executivos o target privilegiado, mas também licenciados noutras áreas de ensino que procuram desenvolver as suas skills de gestão e aprimorar competências.
Mas os motivos associados à realização destes programas e as vantagens profissionais que daí podem advir são várias, a começar pelo facto de poderem preparar os líderes do futuro, já que na maioria dos casos, além do desenvolvimento da vertente profissional, trabalham bastante a vertente de desenvolvimento pessoal.
A juntar a isto, o maior reconhecimento no mercado de trabalho, onde a concorrência é cada vez maior e onde um MBA pode ser um diferencial relevante num eventual processo de seleção ou para conquistar uma nova posição na empresa onde já trabalha.
O lado financeiro é outra vertente de peso neste campo, já que pesquisas internacionais têm revelado que, regra geral, os profissionais com uma pós-graduação ou um MBA recebem até 47,2% mais do que os profissionais que não possuem este tipo de especialização. Ou seja, ter um MBA pode ser uma oportunidade de ouro para dar um salto na carreira, não só ao nível do cargo, mas também no domínio salarial.
Frequentemente associados a um esforço financeiro significativo, os MBA são muitas vezes suportados pelas empresas, que querem valorizar os seus colaboradores. Contudo, o mercado tem diversificado a oferta e as business schools, atentas às necessidades do seu target, também têm procurado corresponder à procura com modalidades flexíveis, online e com custos compatíveis com os diferentes públicos.
Formação nacional bem cotada
À semelhança dos anos anteriores, os programas de MBA portugueses continuam bem cotados na cena internacional. Alguns dos mais prestigiados rankings do sector têm colocado, ano após ano, a oferta nacional entre as melhores mundiais. É o caso do ranking Best Masters, da Eduniversal, desenvolvido por esta agência global de rankings e que avalia 50 áreas de estudo. O nível de empregabilidade, o salário, a notoriedade do programa e o nível de satisfação dos alunos são alguns dos critérios considerados. E este ano voltou a referenciar as business schools portuguesas e os seus MBA e pós-graduações, como aconteceu com a Porto Business School, que na edição de 2021 registou a subida de 10 programas no ranking, de um total de 17.
Mas não foi a única. Também marcaram presença o ISCTE Business School, a Nova School of Business and Economics – Universidade Nova de Lisboa, a Faculdade de Economia da Universidade do Porto – School of Economics and Management, University of Porto, o ISEG – Lisbon School of Economics and Management, Universidade de Lisboa ou Católica Lisbon School of Business & Economics – Universidade Católica Portuguesa, University of Minho School of Economics and Management, entre outras (https://www.best-masters.com/ranking-master-in-portugal.html). Semelhante foi a performance nacional nos igualmente prestigiados rankings do Financial Times. Concretamente, no Global MBA Ranking e no European Business Schools 2020. (ver quadros).
(Divulgado em fevereiro de 2021- Total: 100 Business Schools)
Online ganha espaço
Ainda no domínio dos rankings, e em relação aos melhores programas online, pelo contrário, ainda não contempla nenhuma presença portuguesa. O último engloba 15 business schools, com a Warwick Business School, do Reino Unido, a liderar, seguida da espanhola IE Business School e da Imperial College Business School, também do Reino Unido. A particularidade deste ranking (http://rankings.ft.com/businessschoolrankings/online-mba-ranking-2021) e do relatório associado está no facto de demonstrar que os cursos online já não são uma atividade de nicho, mas tornaram-se tão grandes e seletivos como os seus congéneres lecionados no campus. No entanto, os dois tipos de cursos estão a responder a diferentes demografias. Aliás, os programas de MBA online encontraram um público novo e potencialmente maior, para quem o digital é a única forma de desenvolverem as suas capacidades de gestão e negócio.
A nova era tecnológica
Mas como estão as business schools a adaptar-se à nova era da educação tecnológica? A AMBA – The Association of MBA, numa parceria com a Barco, procurou algumas respostas para esta questão através de uma pesquisa que analisa a forma como este processo está a decorrer. De acordo com a pesquisa AMBA & BGA Education Technology Research, globalmente, os responsáveis das business schools mostraram que as suas escolas foram pragmáticas e ágeis face à disrupção verificada em 2020.
Os 216 líderes das business schools que participarem neste estudo revelaram que, apesar de inicialmente terem sido reativos à necessidade de adotar rapidamente a tecnologia face ao distanciamento social, também conseguiram avaliar rapidamente os desafios e avançar com estratégias inovadoras para a resolução dos problemas. No que concerne ao impacto da pandemia, 91% dos dirigentes têm estado envolvidos em mais oportunidades de aprendizagem digital ou online, 85% realizaram palestras utilizando tecnologia de ensino virtual, 61% ofereceram horários flexíveis nos programas e 59% aumentaram a capacidade de ensino relacionado com tecnologia e inovação emergentes.
Por outro lado, 96% das business schools confirmaram ter aumentado a utilização de métodos online devido à covid.
(Divulgado em dezembro de 2020 - Total: 90 Business Schools)
Investimento no online
Em matéria de investimentos no ensino e aprendizagem digital, 74% dos inquiridos do AMBA & BGA Education Technology Research afirmaram que as suas business schools estão a investir uma quantia moderada no ensino online para programas de MBA. Aliás, atualmente estes são os programas que recebem mais financiamento para a aprendizagem digital. Também 88% dos dirigentes acreditam que a eficácia do ensino digital nos programas de MBA das suas escolas tenha sido “muito eficaz” ou “um pouco eficaz”.
Refira-se ainda que o método de ensino mais usado é a videoconferência através de computador, referido por 89% dos participantes. E-learning/MOOCs (34%), salas de aula virtuais ao vivo de estúdios (33%) e computadores de sala de aula virtuais online ao vivo (26%) foram outros dos métodos de ensino usados.
A perceção do sucesso da tecnologia digital na educação empresarial tem sido uma realidade, já que 52% dos responsáveis de business schools acreditam que os métodos de ensino online são “os mesmos que”, “um pouco melhor” ou “muito melhor” do que o ensino tradicional em sala de aula.
Curiosamente, 76% dos participantes acreditam que o facto de haver menos viagens para os alunos foi a maior vantagem do ensino online. Já 71% valorizam o facto de poderem gravar sessões e 70% acham que a maior vantagem é a colaboração internacional.
Destaque ainda para o facto de entre os principais desafios enfrentados pelas business schools na educação online estarem questões de ligação dos alunos (citados por 85% dos inquiridos), falta de envolvimento dos alunos (73%), alteração do desenho dos programas para os tornar adequados aos alunos (61%) e questões de ligação dos professores (55%).
E o futuro?
Ainda de acordo com as conclusões do inquérito, nos próximos dois anos 82% das business schools planeiam investir ainda mais em tecnologia para permitir o ensino online, enquanto 18% não têm a certeza ou estão a considerar se investem ou não.
Os responsáveis das 216 business schools inquiridas preveem que os modelos blended e híbridos irão substituir a oferta tradicional nos próximos cinco anos. Por exemplo, 21% dos líderes pensam que os programas de MBA serão ministrados num formato tradicional de sala de aula em cinco anos, enquanto 38% acreditam que a formação blended será a forma de ensino dominante e 38% preveem uma abordagem híbrida.
Nos próximos 10 anos, a digitalização é considerado o conceito mais importante na gestão de uma business schools para 63% dos líderes.