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Logística e Transportes: inovação e sustentabilidade marcam o futuro

Instabilidade económica e geopolítica, o que se reflete nos preços das matérias primas e dos combustíveis, e as normas energéticas e de sustentabilidade cada vez mais apertadas, significam desafios constantes para o setor dos transportes e da logística e para as empresas que fazem deste o seu core business. Sem esquecer o impacto da transformação digital e da inteligência artificial





Alogística e os transportes vivem de “mãos dadas”, inseparáveis e a desenvolverem-se lado a lado, numa estreita ligação que potencia o impacto destes dois setores empresariais na economia.

Diariamente, e nos últimos anos muito impulsionado pelo e-commerce, milhões de produtos são transportados pelo mundo, um trabalho que passa despercebido ao comum dos cidadãos, mas fundamental para que a cadeia de abastecimento funcione e faça funcionar as trocas comerciais. Por isso, o bom funcionamento e a fluidez desta engrenagem é crucial e para isso trabalham as empresas de logística e as transportadoras (rodoviárias, marítimas, aéreas ou ferroviárias), que fazem a máquina movimentar-se.

Até porque hoje quando se fala de logística e transportes, está em causa um setor económico que ultrapassa o plano nacional, uma vez que a circulação de mercadorias é global, e arrasta consigo, além dos desafios locais, os globais. E hoje, acontecimentos com as guerras na Ucrânia ou no Médio Oriente, mostram como as cadeias internacionais de abastecimento e a circulação de mercadorias podem ser um dano colateral, para ao qual os operadores devem preparar-se.

Contudo, hoje há um elemento com cada vez mais peso nestas atividades: a tecnologia. A economia global assiste à digitalização da logística, necessariamente cada vez mais multifuncional e rápida na sua capacidade de resposta e na otimização de cada etapa do processo.

Também a gestão eficaz do sistema de transportes é essencial para os sucessos de todas as operações de logística e da cadeia de abastecimento, o que pode fazer a diferença positiva, e o diferencial competitivo, para as empresas ao assegurarem que os produtos chegam ao destino final de forma eficiente e no tempo certo dos clientes. No caso nacional, e ainda recentemente, numa reflexão pública sobre os desafios que o setor dos transportes e da logística enfrentam, Afonso Almeida, presidente de Direção da APLOG, afirmava que “os operadores logísticos encontram-se muito bem preparados para responder às necessidades do mercado nos mais diversos setores de atividade”.

“A IA (...) no mercado mundial de drones de carga deve aumentar para 17,88 biliões de dólares até 2030”.

Transformação sustentável

Acompanhar as transformações tecnológicas que têm chegado à indústria dos transportes e logística é uma estratégica que os diferentes players destas áreas empresariais têm adotado de forma a assegurar a sua competitividade no mercado. E as inovações são inúmeras a começar por equipamentos, robôs ou programas informáticos criados especificamente para apoiar a gestão da supply chain, por exemplo, nos centros de logística espalhados pelo país, assim como no domínio dos transportes com inovações tecnológicas que passam pela gestão das frotas por veículos mais ecológicos e, sustentáveis, preparados para a utilização de fontes de energia alternativas como os biocombustíveis ou os veículos híbridos e elétricos.

Regra geral, os profissionais reconhecem que a digitalização do setor e o recurso à inteligência artificial, que atualmente já é aplicada em muitas das etapas dos processos logísticos e de transportes, aporta inegáveis benefícios às operações, espelhados nos resultados das empresas, bem como no impacto positivo junto dos parceiros e clientes finais.

Aliás, um estudo realizado pela DHL, em 2023, (o AI-Driven Computer Vision) constatou que, nos próximos anos, a tecnologia da visão computacional vai transformar-se numa ferramenta comum para operar na logística.

A logística urbana é outros dos desafios emergentes, em parte devido ao aumento do comércio digital e das entregas associadas. Esse foi inclusive um dos temas em debate na conferência Cidades & Logística, organizada este ano pela APLOG – Associação Portuguesa de Logística, onde ficou o alerta para o aumento, de 2022 para 2023, em cerca 20% do tráfego nas cidades de Lisboa e Porto. Ou seja, mais uma mudança que “obrigou” os diferentes atores do setor a rapidamente modernizarem os seus modelos de negócio e a modernizarem-se através da tecnologia, nas suas múltiplas ferramentas, para responder de forma rápida às necessidades do mercado urbano. Em suma, as organizações precisam de adaptar-se aos novos canais de distribuição, além de inovarem na abordagem que fazem ao mercado.

Investimento ambiental

Antes dos produtos chegarem à casa do consumidor, ou às prateleiras das lojas, o transporte que os leva da origem ou destino é uma peça fundamental e hoje, mais do nunca, obrigado a cumprir políticas e regulamentações, cada vez mais restritivas, quanto às emissões de C02. A transição energética é, por isso, um dos grandes desafios da indústria dos transportes a nível global, fazendo com que as empresas coloquem o foco na descarbonização e na sustentabilidade deste segmento de mercado. O que se enquadra nas políticas de Environmental, Social and Corporate Governance que as empresas começam a priorizar na sua atuação e nas suas operações.

Os “novos” combustíveis e os dispositivos que tornam os veículos conectados e autónomos tem mobilizado investimentos significativos e um compromisso com a inovação com vista ao cumprimento de metas ambientais que caminhem para a descarbonização. Tal como as mudanças no comportamento dos consumidores (querem marcas e empresas responsáveis), que tem igualmente dinamizado o foco dos players desta atividade ou não estivesse o ecommerce em rota ascendente.

(...) nos próximos anos, a tecnologia da visão computacional vai transformar-se numa ferramenta comum (...)”

Universo de desafios e oportunidades

A conferência “Industrial and Logistic Transformation Portugal: the next stage”, realizada no início de novembro (e promovida pela CBRE, pela GSE e pela PLMJ), trouxe para ribalta o tema das tendências de mercado, da regulamentação e das infraestruturas muitas vezes ultrapassadas, num evento em que foi unânime o significativo crescimento do setor. Aliás, dados do European Investors Intentions Survey 2024, da CBRE, indiciam que “34% dos investidores imobiliários europeus consideram o setor logístico uma prioridade estratégica”, o que é representativo do peso da atividade. Também em Portugal, e apesar dos desafios estruturais e legais, o setor logístico, com as oportunidades para inovação e modernização que envolve, atrai a atenção dos investidores.

À semelhança de muitos outros setores de atividade, também na logística e nos transportes se faz notar a falta de profissionais qualificados, com algumas empresas a enfrentarem dificuldades para atrair e reter talentos. Um desafio que, inclusive, tem incentivado alguns operadores logísticos (de que é exemplo a Garland Academy) a criarem as suas próprias estruturas de formação. Uma forma de bem formar e de comprometer as pessoas com a organização, numa altura em que a falta de mão de obra especializada e qualificada é um fenómeno que ultrapassa o território nacional.

Será a IA o futuro da logística?



Esta pode bem ser a pergunta de “um milhão”, mas as inovações tecnológicas a que o mundo tem assistido nos últimos anos deixam antever que logística e a inteligência artificial vão andar de mãos dadas. Os dados recolhidos pelo Statista Research Department, mostram como o setor da logística tem vindo, progressivamente, a simplificar e a acelerar seus processos com o recurso a tecnologia baseada em IA. Os Statista prevê inclusive que a inteligência artificial utilizada no mercado mundial de drones de carga deve aumentar para 17,88 biliões de dólares até 2030. O aumento mais significativo está previsto ocorrer entre 2027 e 2029, de 4,79 biliões para 11,53 billões de dólares americanos, um aumento de mais de 140%. Ou seja, quer se goste ou não, IA continuará a ser uma parte fundamental e impactante da sociedade e do mundo empresarial.

Mas o futuro é já hoje, e o departamento de pesquisa da Statista recorreu a alguns insights logísticos fornecidos pela transportadora dinamarquesa Maersk, para exemplificar como as soluções de inteligência artificial, entre as quais a tecnologia digital twin, estão a ajudar a melhorar o desempenho do setor de logística ao criar uma réplica virtual de um ativo físico, por exemplo, um caminhão ou um depósito.

Estas tecnologias ajudam as empresas de logística a identificar em tempo real problemas ao longo da cadeia de abastecimento, acelerando a resposta a situações potencialmente problemáticas. Outros exemplos citados pela Statista referem-se à utilização da IA feita por empresas de logística terceirizadas, como Amazon e FedEx, na automação de depósitos e transportes. Regra geral, o software de IA é usado para previsão, inventário, planeamento de rotas e operação de ativos automatizados, incluindo robôs e empilhadores.

Apesar dos benefícios do uso da IA em logística, a pesquisa da Statista destaca também os perigos associados à mesma. Aliás, organizações como o IC3 e o Federal Bureau of Intelligence (FBI) alertaram para um aumento de crimes cibernéticos. Em 2023, o FBI registou quase 300.000 casos de phishing somente nos Estados Unidos.

Estas e outras preocupações de segurança em relação à tecnologia de IA impactarão o setor de logística, pois consumidores e empresas estarão em maior risco de serem vítimas de crimes cibernéticos. Todavia, o apelo à automatização de processos é a base para que a IA continue a expandir sua influência no setor de logística, desde a etapa de armazenagem até à entrega de produtos ao cliente final.